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sobre territórios

Apesar de não ser recomendado pela metodologia do INRC, o Termo de Referência adotou uma divisão territorial arbitrada pelo território político, que subdivide o estado em mesorregiões e microrregiões. Sabemos, a priore, das dificuldades metodológicas de tal divisão territorial, uma vez que a mesma atua sobre certa externalidade ao campo cultural, cujas fronteiras territoriais são mais fluidas e menos delimitadas. Entretanto, a divisão territorial adotada permite remeter a certas hierarquizações que remetem à história e às polarizações regionais que, apesar de não corresponderem totalmente ao campo cultural, permitem investigar a história desta territorialidade oficial.

 

É nítida a influência referencial de cidades como Arapiraca, Palmeira dos Índios e Batalha nas microrregiões correspondentes, levando muitas vezes a uma remissão a estas cidades como o território “urbano” de referência das populações das cidades de menor porte populacional. Imaginamos assim que a opção de fazer uso desta territorialidade ainda que não seja ideal para o inventário, permitirá levantar outras potencialidades do campo. Adotaremos a divisão política mas seguimos sensíveis aos territórios culturais que se espraiam por entre os sítios e localidades, ora se sobrepondo, ora se excluindo.

 

Em termos conceituais, trabalharemos com a percepção deleuziana de (des)(re)territorialização, que permitem atentar para uma noção de território em processo constante de se fazer, desfazer e refazer, o que compreendemos ser mais produtivo para discutir os territórios culturais numa perspectiva que não se esgote numa cristalização dos territórios. Esta seria uma primeira marca na perspectiva de rasurar os territórios estáticos de partida.

 

Sob algumas perspectivas acessaremos o conceito de lugar, mais aproximados aos estudos antropológicos que remetem às apropriações afetivas e simbólicas, mas sempre tentaremos ampliar a dimensão para a perspectiva territorial, por entender que há sempre jogos de poder envolvidos nos processos de territorialização, que serão de grande relevância para compreender certas relações entre as populações locais e suas referências.

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